sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Fogo no Céu?


Ok, precisava atualizar isso aqui.
Aquela placa da Lei Antifumo estava enfeiando a página.
E aí eu estava vendo umas fotos por aqui e achei essa.
Bacana não?
Então é isso aí.
Fogo no Céu!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Contra a maré não adianta remar...


Aeroporto.
Entrada do meu prédio.
Porta de balada.
Prédio do Vinícius.
Barzinho da Augusta.
Prédio do Chueco.
Rei do Mate.
Banheiro da FFLCH (que aliás, está um luxo, tem até papel!).
Não existe um lugar na cidade sem a figura acima.
A nóia do momento.
O assunto da cidade-nóia.
Fumantes x Não-Fumantes
Cada um com sua opinião.
Seus pitacos.
200 milhões de técnicos.
Argumentos complexos.
Saúde, respeito, liberdade, economia.
Discussões profundas e torno do assunto!
Todos tem razão!
E assim tem assunto garantido pro dia todo.
Além da gripe suína, claro.
Estou até com medo de espirrar.
E ser linchado.
De resto tudo igual.
Apesar de eu ainda olhar pro lado errado pra atravessar a rua...
De cumprimentar com dois beijinhos mas ganhar um só...
E de ainda “estar a falar” ao invés de “tá falando”...
Continua tudo igual.
Algumas horas do dia dedicadas ao trânsito.
Pizza de Muzzarella.
Baladinha de samba-rock lotada.
Coxinha do Estadão às 4h da manhã.
A galera “relaxando” na colina da FFLCH.
Aulinha meia-boca.
Futebolzinho...
Aliás, amanhã é um dia especial.
Faço minha reestréia nos gramados brasileiros.
Acorda Dunga!
A Copa da África do Sul está aí.
E eu venho com toda bagagem do futebol moçambicano.
Eusébio, Mário Coluna, Dominguez.
Promessa de casa cheia no Playball.
Estou até pensando em chegar de helicóptero.
E matar todo mundo que joga no horário anterior.
Mas melhor não.
Não quero criar muitas expectativas.
Depois alguém fica ansioso demais.
Acende um cigarrinho.
E quem paga a multa é o imakamuni!.
Por isso, já adaptei o blog à nova lei.
Contra a maré não adianta remar.
Fuma quem quer, dedura quem tem juízo!

domingo, 16 de agosto de 2009

Transições...


Não é dia.
Não é noite.
É dia e noite.
É dia que passou.
Coisas que aconteceram.
Coisas que sem perceber, ao acontecer, construiam.
Não só o dia que passou.
Construíam, também, o dia que vem.
Que vem depois da noite.
Dos planos, das expectativas.
O que fazer hoje à noite?
Depois do dia acabado.
Antes de outro começar.
O dia que, agora, está junto com a noite.
Bem na hora do pôr-do-sol.
Ou do nascer-do-sol.
Ou do pôr-da-lua.
Depende do ponto de vista.
Mas sem dúvidas um momento.
Um momento de transição.
Bonito.
Calmo.
Agradável.
Lembranças, idéias.
Tudo ao mesmo tempo.
E por incrível que pareça.
No mesmo lugar.
Aqui.
.
.
*Confirmando, chego em Sampa no Sábado, 29/08, lá pelas 16h.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

kaya Sampa


I feel so good in my neighborhood.
So here I come again…
…I got to have kaya now!

Pois é.
Serginho Chulapa “strikes back”!
O artilheiro dos gols bizarros.
Que dessa vez fez o mais bizarro possível.
Voltou à velha vida.
Nada de documentários, de vida rural ou estágios internacionais.
Resolveu inovar no segundo semestre.
Resolveu ser normal.
Se é que estudar Geografia na FFLCH pode ser considerado normal...
A vida abre milhões de oportunidades.
E é tentador agarrar todas.
Mas existe uma coisa que se chama “tempo”.
Pode até ser uma criação humana.
Mas que existe, existe.
E estou aprendendo a respeitá-lo.
Ele e tudo aquilo que já foi construído antes de mim.
Antes de eu aparecer com idéias brilhantes, inovadoras.
“Descobri a roda!”
Nada se constrói de uma hora pra outra.
Então antes de subir uma nova casa, vamos terminar a antiga.
Que está ficando bonita até.
Me deixou fazer um intercâmbio.
Garantiu minha pensão.
E agora me recebe novamente.
Tem problemas?
Qual casa não tem?
Mas eu faço parte deles.
E não posso simplesmente abandoná-la.
Só porque eu achei que ia construir uma mais legal?
Calma...
Depois de acabar a primeira eu vejo o que faço.
Talvez o negócio nem seja subir outra.
Mas sim aproveitar o material.
Fazer um jardim, alguns cômodos.
Continuar um trabalho de tantos anos.
De décadas, talvez séculos.
Não caí de pára-quedas no mundo.
Nem em São Paulo.
E por isso também quero voltar.
Os prédios, o trânsito, a chuva, o stress.
O Morumbi.
A galera.
Kaya.
Não que em Maputo eu não esteja em casa.
Muito pelo contrário.
Não vou nem chamar de segunda casa.
E sim da outra parte da casa.
As ruas, as pessoas, o Sol, a calma.
A cerveja.
A “malta”.
Kaya.
Não foi só um intercâmbio.
Acredito que construí algo.
Pra voltar quando quiser.
E quero.
Tenho coisas pra fazer aqui ainda.
Mas tudo a seu tempo.
Hei de voltar!
Estou tentando remarcar a passagem pro dia 29/08 (Sábado).
Saio de Johannesburgo de manhã e chego em Sampa no fim da tarde.
Pra no dia 30 já voltar à rotina.
São Paulo x Palmeiras!
Se até o campeão voltou...
Quem sou eu pra não voltar?
Então kanimambo Maputo.
Ni ta famba kaya ka Sampa.
‘tavonana.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Mutarara


É difícil eleger meu maior aprendizado nesse tempo fora.
Mas tem uma coisa que me marcou de modo especial.
Conheci muitas pessoas.
Eu falei “muitas”.
Pessoas que viajaram o mundo todo.
Pessoas que nunca saíram da cidade que nasceram.
Pessoas que viveram no meio da guerra.
Pessoas que nunca viram um assalto.
Pessoas com salários na casa dos 20 mil euros.
Pessoas que só consomem o que produzem.
Mas todas elas “pessoas”.
Vidas completamente diferentes.
Mas incrível e simplesmente “vidas”.
OK, ok, mas porque essa filosofia de boteco agora?
Estou em Mutarara.
Teoricamente, um dos lugares mais pobres do mundo.
Daqueles que aparecem no UOL Tragédias e etc.
Em época de chuvas, aqui alaga que não sobra nada.
É carinhosamente apelidada de “a ilha”.
Água encanada?

Bom, olhe a foto e me diga se precisa.
Luz elétrica precária.
Acesso à vila?
Hoje só de moto.
Pra quem tem.
Senão é bicicleta.
Ou a pé mesmo.
Sem falar da malária...
E aí logo vem aquela imagem da África:
Sofrimento, miséria, tristeza.
Engraçado.
Apesar de tudo, ainda achamos que estamos no caminho “bom”.
Que podemos classificar e aconselhar os outros.
Que o resto do mundo são uns coitados que precisam da nossa ajuda.
E por isso somos cheios de planejamento à longo prazo.
De fórmulas mágicas para a vida.
Pra combater o “subdesenvolvimento”.
Pra alcançar a felicidade.
Vejam vocês...
Hoje é segunda-feira.
São 21h.
O que fazem os infelizes moradores de Mutarara?
Os pobre-coitados sofredores subdesenvolvidos?
Fazem festa.
Algum dia especial?
Não.
Precisa ser?
Amanhã é terça.
Deve ter festa de novo.
Na verdade não é bem uma festa.
Simplesmente estão se divertindo.
Segunda-feira à noite.
Algum problema?
Ouvi uma “explicação” pra isso.
Como se precisasse explicar o porquê de estar se divertindo.
Não pode se divertir sem motivo?
A explicação:
“Fazemos festa quando tem, e se no sábado não sobrou nada?”.
E eles estão errados?
Há quem economiza a vida toda pra garantir a aposentadoria.
E aí com 60 anos sai pra conhecer o mundo.
Conheci casais de velhinhos que fazem isso.
Geralmente suecos, noruegueses e simpatizantes.
Aposentados, vão curtir a vida.
Mas eles estão errados também?
Realmente tem que ter alguém certo e alguém errado?
Há quem diga que os suecos é que estão certos.
Pois afinal estão vivos e ricos com 60 anos.
Ah...
Então vou lhes apresentar o “madala”.
É o apelido do “seu Jorge”, funcionário da pensão de Mutarara.
“Madala” significa algo como “velhote” em mais de uma língua daqui.
Figuraça.
Tem lá pelos 60 anos.
Viveu a colonização.
A independência.
A guerra.
Tinha tudo pra ser o ódio em pessoa.
Mas não.
Está sempre de bom humor.
E não acerta uma.
Você pede frango, ele traz peixe.
Você pede Fanta, ele traz Sprite.
Isso quando ele te dá atenção.
Geralmente você berra e ele nem te ouve.
Recebe salário de 6 em 6 meses.
Mas é, digamos, por uma “boa causa”.
Assim que ele recebe o salário, ele some.
Fica duas semanas incomunicável.
Só fala com a bebida.
Gasta tudo que tem (e não tem) na manguaça.
Depois de duas semanas, ele volta ao trabalho.
E essa é a vida dele.
Sua vida de 60 anos.
Todo dia ele conversa, ri, esquece as coisas.
Faz trabalhos braçais.
Está tão vivo quanto os suecos.
Cada um à sua maneira.
Mas vivos.
Nasceram em lugares diferentes.
Viveram situações diferentes.
Tiveram sofrimentos diferentes.
Ou vocês acham que sueco não sofre?
Mas estão aí, vivendo.
Dá pra falar que alguém está melhor ou pior?
Dá pra falar que alguém teve mais ou menos oportunidades?
Dá pra recriminar os caminhos que eles escolheram?
Dá, se você insistir nessa historinha de certo e errado.
De bom e mau.
Desenvolvimento e subdesenvolvimento.
Até verdade e mentira, porque não?
Mas já estou cansando dessas preocupações.
Essas reflexões e tal...
E me arrisco a dizer uma coisa.
Esse tipo de preocupação é só nossa.
De entender vida.
E planejá-la do melhor jeito possível.
O pessoal de Mutarara tem mais com o que se preocupar.
Amanhã tem festa!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Morrumbala


Algumas pessoas pediram pra eu falar sobre minha viagem.
Então aí vai...
Essa foto foi no meu primeiro dia em Morrumbala.
Primeiras impressões.
Um tanto quanto surreal, não?
Aqueles quadros do Dali, com elefantes, relógios e etc.
O cara era criativo, temos que admitir.
Ele olhava pra realidade e pintava uma viagem da cabeça dele.
Baseado (muuuuito baseado) na realidade, claro.
Mas dessa vez parece que aconteceu o contrário.
Deus olhou um quadro do Dali e disse:
- Poxa, que interessante. Vou fazer igual.
E assim se fez Morrumbala.
Pra vocês verem, né...
Até Deus, na Criação, usou essa coisa do “baseado em fatos reais”.
Péssima piadinha de duplo sentido.
Além de heresia gravíssima.
Mas como eu disse esse foi o primeiro dia.
Eu tinha acabado de chegar.
Estava dentro de casa ainda.
E eu era louco de sair?
Como eu não conhecia o lugar, parecia estranho.
Mas estranho repetido vira normal.
E aí eu fui me acostumando.
Mesmo porquê a neblina foi só no primeiro dia.
E aos poucos aquele surreal se tornou rotineiro.
O surreal virou real.
Na verdade mudou o ponto de vista.
Eu, de dentro de casa, via o meu quintal como algo surreal.
Surreal porquê eu não o conhecia.
A surrealidade, fazer o quê, vinha de dentro de mim.
Não era o mundo que era estranho, e sim eu.
Então na hora de ir embora resolvi inverter também.
Resolvi trocar de ponto de vista.
Ao invés do quintal visto da casa, olhei a casa a partir do quintal.
Não era como eu via o mundo, e sim como o mundo me via.
E não é que a vida é mesmo mais simples do que parece?
Às vezes nossa mente imagina coisas absurdas.
Surreais.
Tentamos imaginar algo mais bonito do que o real.
Mas às vezes o real também é bonito.
Às vezes não, quase sempre.
Basta prestar atenção.
O simples também pode ser bonito.
Olhem a foto tirada de fora pra dentro.
Não é a coisa mais real possível?

A coisa mais simples possível.
Mas não deixa de ser bonito.
Algo que Dali talvez não tenha sido criativo o suficiente para pintar.
Ou talvez algo que ele tentava não enxergar...






Pra finalizar, um flagrante da origem da surrealidade.
O Homem!
Esse aí, no caso, se chama Ruy.


sexta-feira, 3 de julho de 2009

A Casa e a Árvore...


Tirei essa foto em Morrumbala.
Ou em Mutarara.
Ou na estrada entre os dois.
Tá, foda-se...
O negócio é que eu queria escrever algo sobre ela.
Primeiro pensei em contar sobre a minha viagem.
Tipo o que eu fiz, o roteiro.
Diário de bordo mesmo.
Mas dormi no meio.
Depois tentei uma coisa mais filosófica.
Tipo “a relação sociedade x natureza”.
A geografia, e tal...
O “babaca”, né?
Só faltava fazer citação.
Aí pensei em falar da História de Moçambique.
O colonialismo português, a independência moçambicana.
Pois é, a FFLCH faz mal às pessoas...
Então resolvi escrever um conto.
Inventar uma narrativa a partir da foto.
Era de um menino que queria ter uma casa na árvore.
E de repente era a árvore que estava fazendo sua casa na casa.
Puta liçãozinha de moral barata.
E de repente eu percebi que eu não queria escrever nada.
Na verdade já estava escrito.
Que mania de querer explicar tudo...
Então taí a foto.
Cada um que imagine o que quiser.
Desenho livre.
Juro que é divertido!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Yes, We Are!


Ele voltou.
O blog?
Também.
O Corinthians?
Infelizmente.
Mas estou falando do Brasil.
Engraçado.
No Brasil, a gente tem aquele costume de criticar a seleção.
Falta de amor à camisa, jogadores mercenários.
E como o país é aquela bagunça de sempre...

Quero mais é que perca mesmo!
Mas quando você está fora é diferente.
Você conhece vários estrangeiros.
De muitos países diferentes.
E quer mais é que o Brasil atropele todo mundo.
Afinal, Brasil é Brasil porra!
Aliás, há um excesso de respeito entre os homens hoje em dia.
Esses papinhos de democracia e etc.
A procura da sociedade perfeita.
Obamania.
Credo.
Tudo em excesso faz mal.
Até respeito.
E é aí que entra o Brasil.
Primeiro veio a Itália.
“Os campeões do mundo”.
Pau neles.
Nem viram a bola.
Aqui é Brasil, porra!
Depois veio a África do Sul.
Aquela coisa de anfitriões, africanos, Apartheid.
Azar o deles.
Jogaram bem até.
Mas aqui é Brasil, caralho.
Aí era pra vir os espanhóis.
Tsc tsc...
Tem muito o que aprender ainda.
Jogaram como nunca, perderam como sempre.
Pros Estados Unidos.
Estados Unidos!

Afe...
O pior é que eles realmente acharam que dava pra ganhar da gente.
“Yes, we can!”
No, you can’t...
O Brasil entrou naquele discursinho do respeito antes do jogo:
“Eles eliminaram a Espanha, temos que ter cuidado”.
Cuidado é a puta que pariu!
Em 45 minutos de “cuidado” tomamos 2 gols.
O brasileiro não sabe agir com respeito.
Brasileiro que respeita demais fica chupando o dedo.
E aí nada como um Luís Fabiano no ataque.
Eu nem tinha voltado pra TV no primeiro gol.
E o Brasil voltou a ser Brasil.
É bacana essa historinha de “freedom”, “peace”, “fair-play” e etc.
Mas sai da minha frente que eu quero passar.
Respeito é bom mas eu não gosto tanto assim não.
Foi só uma Copa das Confederações?
Foi.
Mas é o que tem por agora.
Uma coisa de cada vez.
E enquanto o mundo está nessa onda do “Yes, we can!”
O Brasil mostrou que “Yes, we are!”.
Ou melhor.
“É nóis!”


Aproveitando o contexto...
Sabem qual foi a primeira coisa que o Michael Jackson fez quando chegou no céu?
Foi atrás do Menino Jesus.

domingo, 7 de junho de 2009

Direcionando o bizarro...


Acho que toda criança tem uma mania bizarra.
Bom, eu pelo menos tinha.
E por isso tento generalizar.
Eu ficava o dia todo lendo a “Barsa” em casa.
Na verdade vendo os mapas.
Decorando bandeiras e capitais de países.
E eu era bom, a propósito!
Já tinha essa “coceira” de conhecer o mundo.
Soma-se a isso o fato do meu pai ter sido do turismo.
O que me fez viajar bastante.
E estar sempre em contato com viagens.
Mas um belo dia tive que escolher uma faculdade.
Primeiro tentei Turismo.
Sorte que fui mal no vestibular...
Sem a mínima idéia do que era, resolvi fazer Geografia.
Mais uma mania bizarra?
Pode ser.
Entrei na faculdade imaginando uma coisa.
E percebi que a Geografia não era o que eu pensava.
Era bem melhor!
Mas ainda não era suficientemente bizarro.
E tinha muita greve.
Então resolvi vir pra Moçambique.
Mas, como sabem, cheguei pra viver em cidade grande.
Vida normal.
Com bizarrices rotineiras.
Bizarrices normais.
E como em qualquer lugar, é preciso ganhar dinheiro.
Mas óbvio que eu não teria um emprego “normal”.
E é óbvio que eu prefiro assim.
Essa semana o Ruy veio pra Maputo.
Grande Ruy.
Todo mundo já esperou por ele num carnaval.
Mas dessa vez ele veio.
“Tão a ver” esse pontinho no mapa aí em cima?
É Morrumbala.
Longe, no meio do mato.
O Ruy trabalha aí.
E agora eu também.
Ele veio à Maputo para, entre outras coisas, me seqüestrar.
Viajo hoje à tarde.
A princípio, vou ficar 2 semanas.
No meio do mato.
Mexendo no computador.
Mas no meio do mato.
É, não adianta eu tentar ser normal.
As coisas sempre tomam o mesmo rumo.
Sempre o contrário do que eu planejo.
E no fim eu sempre acabo indo viajar.
De preferência com um toque de bizarro.
Então "vamo que vamo".
No estilo Serginho Chulapa.
Maior artilheiro da história do São Paulo.
Que tentava chutar com a perna esquerda.
E acabava chutando de canela direita.
Sempre o oposto do que ele tentava.
Mas sempre gol.
O bizarro também dá certo.
É só direcionar.
Estou tentando.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O Fim da História...


Estava na varanda hoje.
Aí eu escuto um barulho lá embaixo.
Uns caras cantando, um batuque.
Quando eles “dobram” a esquina, aparece uma bandeira.
República Democrática Alemã!
Ou Alemanha Oriental.
Extinta há quase 20 anos.
Esses caras são os “Madjermanes”.
Ma-djermanes
Em “changana”, o plural é feito com um “Ma” antes do radical.
E “djermanes” é uma adaptação de Germany.
Que é Alemanha em “inglês”.
São os “alemães”.
Mas detalhe pro novo plural.
Djermanes.
É o plural em português do nome em inglês da Alemanha.
Escrito em changana.
Também no plural.
Que beleza!
A Alemanha Oriental era socialista.
Naquela época, Moçambique também.
E aí vários moçambicanos foram trabalhar lá.
E o governo “alemão oriental” repassava a verba pro governo daqui.
Tipo uma “empresa socialista”.
Mas em 1989 caiu o Muro de Berlim.
Culpa dos Madjermanes?
Não, nem tanto.
Mas eles tiveram que voltar pra Moçambique.
E foram buscar o dinheiro que os soviéticos mandavam.
Soviéticos, alemães, moçambicanos, enfim...

Tudo parte da mesma multinacional.
Obviamente que não conseguiram nada.
Esperado, diga-se de passagem.
Mas aí eles ficaram bravos.
Invadiram a embaixada alemã aqui.
Invadir a reitoria da USP é fácil.
Basta uns crafts e uma festinha.
Quero ver invadir a embaixada alemã em Moçambique.
Mas enfim, desde que eles voltaram estão fazendo barulho.
Todas as semanas, pra ser mais exato.
Cantando e batucando pelas ruas de Maputo.
E eu vi eles hoje.
E é isso.
Fim da história.
E da História.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Dica cultural "d'além mar"...

Como todos sabem, estou em Maputo.
Mas "espiritualmente" em São Paulo.
Então dá até pra dar uma dica cultural.
Infelizmente não vou poder participar.
O avião é muito caro.
E eu já vi quase todos os filmes.
Mas então.
Essa semana é a Semana da África aí em Sampa.
E o Cineclube (Rua Augusta, 1239) vai projetar uns filmes.
Na verdade três.
Sempre às 19h.
Dia 26/05 (HOJE, terça-feira)
Hotel Ruanda
Único que não vi, mas ouvi falar bem.
Acho que vale a pena.
Dia 27/07 (AMANHÃ, quarta-feira e aniversário do Eyder!)
Diamante de Sangue
Meio baboseira, Holywood, com Leonardo di Caprio e etc.
Mas foi filmado aqui em Maputo!
Quem quiser assistir minha cidade atual, vale a diversão.
Dia 28/05 (quinta-feira)
Bamako
Esse é muito bom, mesmo!
Tentei fazer uma cópia aqui, mas não consegui.
Se tiverem que escolher, escolham esse.
E desculpem se não gostarem.
O que é bem possível.

Não sei o preço.
Nem sei se é pago.
Mas acho que vocês estão um pouco mais perto pra descobrir.
Ou querem que eu ligue pro Cineclube?

Para mais:
http://www.forumafrica.com.br/semana_africa.html

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Um rápido encontro...

Sabe quando você se identifica com uma pessoa?
Não estou falando de amor, amizade eterna e etc.
Sem hipocrisia.
É uma coisa muito mais simples que isso.
Bem menos profunda.
Bem mais espontânea.
Você conhece uma pessoa e rapidamente se sente à vontade.
Sem precisar saber de onde veio, o que faz.
Na verdade isso não importa.
Importa é que você fala de maneira aberta com ela.
Fala só besteira, a idéia é só dar risada mesmo.
Não importa que a pessoa tenha mais que o dobro da sua idade.
Que more em outro país.
Mesmo assim você se identifica.
E fica conversando até as 4 horas da manhã.
Bebendo vinho.
Contando experiências de vida.
Eu dos meus 23 anos a serem completados amanhã.
Ele dos seus mais de 50 terminados ontem.
Há poucos anos tinha descoberto a natação.
E fazia planos.
Não pra ser o Michael Phelps.
Pra ser o Zé.
Já tinha subido o Kilimanjaro.
O Monte Binga.
A Serra da Gorongosa.
E agora queria ir nadando da Robben Island até Cape Town.
E com certeza o faria!
Mas dessa vez não vai dar.
Talvez por causa daquela noite bebendo vinho.
E espantando mosquitos...
Sabe-se lá porquê, eu não fui picado.
Mas o Zé não teve a mesma sorte.
Depois da viagem ele voltou pra Johannesburgo.
Nunca mais falei com ele.
Na verdade não sei quando falaria com ele de novo.
Se falaria.
Até ontem.
De um dia pro outro estava em coma.
Malária.
O mundo primitivo é implacável.
E enquanto amanhã eu comemoro mais um ano.
Ele sai da contagem.
Ah, as coincidências.
Nem me atrevo a entender.
Mas apesar de tudo...
de terem sido só 7 dias de convivência.
Acredito que encontrei um amigo.
Como diria Vinícius de Morais:
“Amigos você não faz. Você reconhece...”
Então prazer em vê-lo, Zé!
E até a próxima!

domingo, 10 de maio de 2009

Comida Típica da África Austral


Não, não é um ensopado de cérebro de macaco.
Também não é um banquete afrodisíaco sagrado.
A vida é mais simples do que parece.
Comida é cultura!
E por isso renova-se.
Os costumes mudam.
E com a comida não seria diferente.
“Comida Típica”!
O que se quer dizer com “comida típica”?
Aquela receita tradicional que você só come uma vez no ano?
Ou aquela que você come todos os dias?
Aquela que usa os mesmos ingredientes há 500 anos?
Ou aquela que não tem medo de usar ingredientes gringos?
Gostem ou não, a Coca-Cola é mais consumida do que água.
Gostem ou não, a batata-frita é quase uma unanimidade mundial.
Pra alegria dos tradicionalistas, nada substitui o “xima”.
E num oferecimento indiano, o frango é com MUITO “piri-piri”.
Que também atende pelo nome de “pimenta”.
E é pra comer com a mão!
O garfo na foto é mera inexperiência.
Já corrigida.
Pode não ser a refeição mais recomendada pelos nutricionistas.
Mas mata a fome que é uma beleza.
Além de ser uma das opções mais baratas.
Em Moçambique, na África do Sul e em Botswana.
No mínimo!
Viva a integração regional!
Viva a gastronomia do cotidiano!
Ou seria “comida típica”?

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Uma imagem vale mais...

Antes de mais nada, o crédito da foto é do Bruno.
Depois eu pago os royalties.
Dá pra viajar longe na foto.
Ou achar que eu estou maluco.
Boa reflexão!

domingo, 3 de maio de 2009

Viagem e "Viagens"...

Nossa imagem da África é bem romantizada.
Animais selvagens.
Tribos isoladas no meio do continente.
Uma natureza intocada.
Paisagens deslumbrantes.
O “mundo primitivo”.
Aí cheguei aqui ano passado e vi que não era bem assim.
Vivi um ano num ambiente urbano.
Claro, Maputo é bem diferente de São Paulo.
Mas com quase tudo aquilo que eu estava acostumado.
Supermercados, cinemas, vida noturna, Coca-Cola e etc.
Fui à Johannesburgo, viajei pra outros lugares.
E aos poucos fui desmontando essa imagem romântica.
O mundo muda.
E aqui não é diferente.
Construí uma visão mais “atual” da África.
Pelo menos do Sul da África.
Globalização, Comunicação, grandes cidades.
O “mundo contemporâneo”.
Mas essa semana levei uma rasteira.
A viagem à Gorongosa bagunçou minhas convicções.
É bem mais fácil dividir as coisas.
“Primitivo” de um lado, “Contemporâneo” do outro.
Ou um, ou outro.
Imutáveis
Chegamos até a acreditar que eles existem...
A viagem começou contemporânea.
Foi patrocinada por grandes empresas.
Fomos de avião até a cidade da Beira.
Os tempos mudaram.
Lá alugamos três “4x4” pra seguir nosso roteiro.
“Nosso”, afinal éramos 12.
De quatro nacionalidades diferentes.
Viva a globalização!
Primeiro destino: uma gruta de morcegos.
Chegamos e entramos na gruta, certo?
Errado.
A gruta não é nossa.
Numa pequena comunidade, moram os “guardiões” da gruta.
Pra entrar lá, há um ritual a ser cumprido.
Temos que ser aceitos.
Mundo primitivo?
Para o ritual, levamos muito vinho e cigarros.
Dizem que se aproveitam dos turistas pra ganhar em cima.
Não duvido (e imagino que seja isso mesmo!).
Mas o ritual não é pura invenção.
Enganar turistas e seguir tradições não são excludentes.
Fizemos e fomos aceitos.
Quer dizer...
Houve um pequeno probleminha.
Os espíritos queriam “suruma” (maconha), e não tabaco.
Juro que não sei em quem acreditar.
Mas entramos.
A gruta foi incrível.
Linda, enorme.
Nunca vi tanto morcego junto.
Voando na nossa cara.
Literalmente “cagando e voando” pra gente (ou na gente).
Acampamos com barracas e uma grande infra-estrutura.
Afinal, à noite faz frio.
Para nós.
Os guias dormem ao relento.
Primitivos.
De lá seguimos para subir a Serra da Gorongosa.
Uma trilha aparentemente inóspita, isolada.
Impossível viver num lugar tão distante.
Para nós, contemporâneos, claro.
Quanto mais isolado o lugar, maior a surpresa.
Do meio dos matos mais improváveis, surgiam pessoas.
Sim, pessoas, por que não?
Porque vivem isoladas e no meio do mato não são pessoas?
Olhavam-nos e sorriam, cumprimentavam.
Sinceramente, não sei o que pensam quando nos vêem.
Se nos vêem como mais avançados.
Se nos vêem como uns atrasados.
Se nos classificam assim, estúpida e hierarquicamente.
Mas sorriem.
Às vezes estranham.
Bom, até eu estranharia.
Alguns acordam logo cedo e sobem ao cume pra caçar insetos.
Pra comer!
Comer insetos!
Primitivos?
Fome?
Mas afinal qual o problema em se comer insetos?
Melhor tomar uma Coca-Cola?
No ponto mais alto da Serra, um homem vive sozinho.
Vive a 1850 metros de altura, no meio das pedras.
Sozinho.
É o guardião do cume.
Mas não é um guardião espiritual.
É um guardião da Motorola.
Que colocou lá uma antena e tem medo de ladrões.
Atrapalhando um pôr-do-sol dos mais lindos que já vi.
Mas permitindo a comunicação entre os homens
É o Deus Motorola e seu fiel guardião.
Primitivo, contemporâneo?
Sei lá.
Sei que nosso último destino foi o Parque da Gorongosa.
No meio do nada, um esforço pra chegar, mesmo de 4x4.
Fomos fazer safári, ver animais selvagens.
Leões, elefantes, hipopótamos, uma natureza intocada!
Mas com uma infra-estrutura inacreditável.
Chalés, piscinas, jantar a 450 meticais!
Mas queriam o quê?
Mordomia no meio do nada?
Num lugar lindo?
E ainda por cima pagando barato?
O mundo não é perfeito.
E por isso não vimos nenhum grande animal.
“Mas eu paguei (caro!), cadê os leões, os elefantes?”
Não importa as paisagens das mais lindas que você já viu.
Você pagou pelos leões.
No mundo contemporâneo é assim.
Tudo se paga.
Como se o mundo fosse seu.
Mas o leão não está nem aí pra você.
O leão não é contratado pra aparecer pra você.
Ou é.
Fizemos o safári no 1º de Maio.
Feriado.
Dia do Trabalho.
E não se trabalha no Dia do Trabalho.
Trabalho, o orgulho do homem contemporâneo!
Afinal, o homem contemporâneo trabalha.
E o progresso é fruto do trabalho.
Como se caçar insetos não fosse um trabalho.
Como se viver com a natureza não fosse progresso.
Como se contemporâneo e primitivo significassem alguma coisa.

*Primeiramente quero agradecer todos aqueles que compartilharam comigo uma das melhores viagens que já fiz na vida.

E avisar aos que não foram que como fui sem máquina fotográfica, mando fotos depois que conseguir com o pessoal felizardo que também fez a viagem.

sábado, 25 de abril de 2009

Viagem e Fela Kuti!

Mais uma vez eu vou postar no dia errado, mas agora por uma causa nobre!
Estou indo viajar por uma semana para o centro do país.
Vou subir a Serra da Gorongosa e depois vou ao Parque da Gorongosa.
Para maiores informações,
http://www.gorongosa.net/
Assim, vou deixar para essa semana uma sugestão musical pra vocês!

Fela Kuti
Pra quem nunca nem ouviu falar, o Fela Kuti é um músico nigeriano que começou a carreira na década de 70, tentou ser candidato à presidente da república, declarou independência em relação à Nigéria na casa dele, casou com 27 mulheres ao mesmo tempo, enfim...

Ele tem tipo uns 1500 álbuns, então vou recomendar 4 de minha preferência, pra ver se eu consigo catequizar mais gente. É só procurar na Wikipédia os nomes das músicas e procurar no YouTube que elas estão lá, não adianta falar que “não achei”.

ÁLBUNS
1972 – Shakara
1975 – Expensive Shit
1976 – Zombie
1976 – Before I Jump Like Monkey Give Me Banana

Se alguém realmente se interessou, ou antes de perder tempo escutando merda prefere saber quem é a figura, tem um documentário sobre ele no YouTube, dividido em 6 partes (acho).

Chama “Fela Kuti: A Música é a Arma”, e tem até legendas em português, pra ninguém falar que “não entendi”.

Divirtam-se!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Obrigado Portugal!

Há cabalísticos 509 anos o Brasil entrava no mapa.
Éramos orgulhosamente “descobertos” pelos nobres portugueses.
E o que seria de nós sem eles?
Uns animais.
Provavelmente passaríamos o dia na praia, seminus.
Tocando música.
Comendo frutas.
Fazendo um churrasco.
Esporadicamente de carne humana.
Que barbaridade!
Que selvageria!
Matar pessoas e depois comer!
Sorte que hoje em dia somos civilizados.
Matar ainda matamos, porque enfim...
É do instinto.
É inevitável, um controle social, inerente ao Homem.
Palavras de São Nietzsche!
Mas comer não!
A gente mata e enterra.
Às vezes joga no córrego.
Mas o que importa é que não come.
Enfim...
Se não fossem os portugueses nós não teríamos espelhinhos.
E como as índias se pintariam sem os espelhinhos?
Aliás, sem os portugueses não existiriam índias.
Pois eles lusitanamente confundiram o Brasil com a Índia.
Existem boatos de que foi uma confusão proposital.
Mas em se tratando de portugueses...
Se não fossem os portugueses não éramos Penta!
Afinal não existiria Brasil.

E consequentemente nada de seleção canarinho.
Seríamos no máximo penta-campeões Guaranis de arco e flecha.
Porque obviamente não seríamos admitidos na Liga Andina.
Talvez na Liga Amazônica...
Se não fossem os portugueses eu não estaria em Moçambique agora.
Porque provavelmente aqui seria um país de língua inglesa.
E eu não tenho o TOEFL.
Bom, se não fossem os portugueses eu não estaria nem no mundo.
Porque provavelmente meu pai também não.
Muito menos meu avô.
E aí ficava difícil.
Se não fossem os portugueses eu não teria sido sócio da Portuguesa.
Por razões óbvias.
Incrível!
E se não fossem os portugueses nós não teríamos a nostalgia.
Não aquela nostalgia portuguesa, daquele passado épico, glorioso.
“Os Lusíadas”!
Portugal, o país do passado!
Nós não teríamos era a nossa nostalgia brasileira.
Nossa nostalgia do futuro.
Que saudade daquele belo país que a gente vai ser um dia!
Mas um dia vai, não há dúvidas!
Brasil, o país do futuro!
Há cabalísticos 509 anos.
Mas no fundo isso é bom.
A esperança coloca sentido nas coisas.
Gera vontade, alegria.
Gera violência também.
Santa Dialética!
Mas sinceramente...
Tomara que nunca cheguemos a ser o maior do mundo.
Senão vai perder a graça.
Se é que ainda tem alguma.
Dominar o mundo dá trabalho.
Muito trabalho.
Fiquemos com a praia.
A música.
As frutas.
O churrasco.
Bovino...
E a internet.
Afinal é fácil falar isso de longe.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Pra quem ainda não chegou à uma conclusão...

Na sexta-feira passada teve um festival de jazz por aqui.
Um festival grande até, veio o Spyro Gyra e tudo mais.
Mas era muito caro, 600 meticais (R$60) por pessoa.
Então eu e mais dois amigos fomos só ficar do lado de fora.
Tomando uma cerveja, ouvindo o show.
Juro que a intenção era só essa!
Estávamos lá conversando e chegou um policial do nosso lado:
- Vocês querem entrar?
A gente se olhou e demorou um pouco pra processar a situação.
Ok, suborno existe, agora “delivery”?

Confesso que não conhecia.
Policial: Mas vai logo, tem que aproveitar que o fiscal não está aí.
Nós três: Bom, querer nós queremos, mas qual é o esquema?
Policial: Quanto vocês têm?
Nós três: 500 meticais os três.
Policial (muito sensato): Ah, mas 500 não é nem uma entrada.
Nós três (mais sensatos ainda): Tá bom, 600 então.
Policial: Ok, dá aqui.
Na hora da gente entrar, porém, o fiscal apareceu.
Sem se abalar, o policial foi conversar com ele.
Mas era muito na cara, não dava.
Ele falou pra gente esperar, dar uma disfarçada.
E continuamos lá, conversando e tomando uma cerveja.
Como afinal tínhamos planejado.
O policial foi comer um sanduíche com os outros policiais.
E depois ainda veio reclamar com a gente:
- Vocês estão muito perto, fiquem um pouco mais longe.
Ninguém melhor que o caçador pra ensinar a caça a não ser pega!
Apesar de que nesse caso o caçador chegou na caça e falou:

- Você quer fugir?
Aí de repente abriu um portão do nosso lado.
E a última frase do policial foi:

- Entra e anda rápido, senão vão ver vocês!
Mas peraí, quem vai ver?
A polícia?
Aí quando vem um adversário por trás pra roubar a bola...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Matemática Moçambicana

- Chefe, quanto é a cerveja pequena?
- 40 meticais.
- E a grande?
- 35.

Fiquei sem argumentos.

* Como está escrito no título do blog, ele será atualizados todas as quartas e domingos A MENOS QUE O VIZINHO NÃO ENTRE NA INTERNET! Numa tentativa de me desacreditar perante vocês ele ficou 2 dias sem ligar "nosso" wireless, então...

E um agradecimento à todos aqueles que entraram no blog, especialmente àqueles que comentaram, já que já tenho informações de pessoas que entraram e NÃO comentaram... que feio!

domingo, 12 de abril de 2009

O futebol moçambicano: vivendo e aprendendo!

Fevereiro de 2008.
Tinha acabado de chegar em Moçambique.
Uma das primeiras coisas que fiz foi ir no bar assistir um jogo.
Pra minha sorte, era ano de Copa da África.
O jogo: Gana x Camarões.
Nada a ver com Moçambique.
Mas o bar estava lotado.
De repente, placar de 0 x 0, ataque perigoso pra Gana.
A bola quase entra, e a galera do bar grita, comemora, se abraça.
Estão torcendo pra Gana, pensei eu.
Na sequência, ataque pros Camarões.
Na sequência mesmo, no contra-ataque!
Jogada bonita, gol dos Camarões.
Tristeza no bar?
Nada.
A mesma galera grita, comemora e se abraça.
Na verdade não importa quem fez o gol.
O que importa é que foi gol.
E gol africano!

Abril de 2009.
Acabo de retornar à Moçambique.
Uma das primeiras coisas que fiz foi ir jogar bola sábado de manhã.
E “jogar bola” é “jogar bola” em qualquer lugar.
Dividir os times, reclamar de falta, bagunça pra entrar o próximo.
“Ipsis lipsis”.
Tudo bem que o campo que eu jogo é, por assim dizer, mais “natural”.
A bola sai quando entra no capim.
Tá na areia, tá dentro.
Mas se bater na árvore segue o jogo.
Enfim...
Mas não é esse o mais divertido.
Estava eu na defesa.

Um cara do meu time com a bola dominada no meio-campo.
Vem um adversário por trás pra roubar a bola dele.
Meu companheiro de zaga grita: polícia!
Na hora olhei pra fora do campo.
Mas não vi nada.
Vai entender.
Na jogada seguinte, mesma coisa.
O adversário veio por trás pra roubar a bola, e novo grito: polícia!
Aí eu entendi.
Aqui, você não avisa “ladrão”.
Você avisa “polícia”.
Agora cada um que tire suas próprias conclusões.
E eu confesso que já tirei a minha.