sábado, 25 de abril de 2009

Viagem e Fela Kuti!

Mais uma vez eu vou postar no dia errado, mas agora por uma causa nobre!
Estou indo viajar por uma semana para o centro do país.
Vou subir a Serra da Gorongosa e depois vou ao Parque da Gorongosa.
Para maiores informações,
http://www.gorongosa.net/
Assim, vou deixar para essa semana uma sugestão musical pra vocês!

Fela Kuti
Pra quem nunca nem ouviu falar, o Fela Kuti é um músico nigeriano que começou a carreira na década de 70, tentou ser candidato à presidente da república, declarou independência em relação à Nigéria na casa dele, casou com 27 mulheres ao mesmo tempo, enfim...

Ele tem tipo uns 1500 álbuns, então vou recomendar 4 de minha preferência, pra ver se eu consigo catequizar mais gente. É só procurar na Wikipédia os nomes das músicas e procurar no YouTube que elas estão lá, não adianta falar que “não achei”.

ÁLBUNS
1972 – Shakara
1975 – Expensive Shit
1976 – Zombie
1976 – Before I Jump Like Monkey Give Me Banana

Se alguém realmente se interessou, ou antes de perder tempo escutando merda prefere saber quem é a figura, tem um documentário sobre ele no YouTube, dividido em 6 partes (acho).

Chama “Fela Kuti: A Música é a Arma”, e tem até legendas em português, pra ninguém falar que “não entendi”.

Divirtam-se!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Obrigado Portugal!

Há cabalísticos 509 anos o Brasil entrava no mapa.
Éramos orgulhosamente “descobertos” pelos nobres portugueses.
E o que seria de nós sem eles?
Uns animais.
Provavelmente passaríamos o dia na praia, seminus.
Tocando música.
Comendo frutas.
Fazendo um churrasco.
Esporadicamente de carne humana.
Que barbaridade!
Que selvageria!
Matar pessoas e depois comer!
Sorte que hoje em dia somos civilizados.
Matar ainda matamos, porque enfim...
É do instinto.
É inevitável, um controle social, inerente ao Homem.
Palavras de São Nietzsche!
Mas comer não!
A gente mata e enterra.
Às vezes joga no córrego.
Mas o que importa é que não come.
Enfim...
Se não fossem os portugueses nós não teríamos espelhinhos.
E como as índias se pintariam sem os espelhinhos?
Aliás, sem os portugueses não existiriam índias.
Pois eles lusitanamente confundiram o Brasil com a Índia.
Existem boatos de que foi uma confusão proposital.
Mas em se tratando de portugueses...
Se não fossem os portugueses não éramos Penta!
Afinal não existiria Brasil.

E consequentemente nada de seleção canarinho.
Seríamos no máximo penta-campeões Guaranis de arco e flecha.
Porque obviamente não seríamos admitidos na Liga Andina.
Talvez na Liga Amazônica...
Se não fossem os portugueses eu não estaria em Moçambique agora.
Porque provavelmente aqui seria um país de língua inglesa.
E eu não tenho o TOEFL.
Bom, se não fossem os portugueses eu não estaria nem no mundo.
Porque provavelmente meu pai também não.
Muito menos meu avô.
E aí ficava difícil.
Se não fossem os portugueses eu não teria sido sócio da Portuguesa.
Por razões óbvias.
Incrível!
E se não fossem os portugueses nós não teríamos a nostalgia.
Não aquela nostalgia portuguesa, daquele passado épico, glorioso.
“Os Lusíadas”!
Portugal, o país do passado!
Nós não teríamos era a nossa nostalgia brasileira.
Nossa nostalgia do futuro.
Que saudade daquele belo país que a gente vai ser um dia!
Mas um dia vai, não há dúvidas!
Brasil, o país do futuro!
Há cabalísticos 509 anos.
Mas no fundo isso é bom.
A esperança coloca sentido nas coisas.
Gera vontade, alegria.
Gera violência também.
Santa Dialética!
Mas sinceramente...
Tomara que nunca cheguemos a ser o maior do mundo.
Senão vai perder a graça.
Se é que ainda tem alguma.
Dominar o mundo dá trabalho.
Muito trabalho.
Fiquemos com a praia.
A música.
As frutas.
O churrasco.
Bovino...
E a internet.
Afinal é fácil falar isso de longe.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Pra quem ainda não chegou à uma conclusão...

Na sexta-feira passada teve um festival de jazz por aqui.
Um festival grande até, veio o Spyro Gyra e tudo mais.
Mas era muito caro, 600 meticais (R$60) por pessoa.
Então eu e mais dois amigos fomos só ficar do lado de fora.
Tomando uma cerveja, ouvindo o show.
Juro que a intenção era só essa!
Estávamos lá conversando e chegou um policial do nosso lado:
- Vocês querem entrar?
A gente se olhou e demorou um pouco pra processar a situação.
Ok, suborno existe, agora “delivery”?

Confesso que não conhecia.
Policial: Mas vai logo, tem que aproveitar que o fiscal não está aí.
Nós três: Bom, querer nós queremos, mas qual é o esquema?
Policial: Quanto vocês têm?
Nós três: 500 meticais os três.
Policial (muito sensato): Ah, mas 500 não é nem uma entrada.
Nós três (mais sensatos ainda): Tá bom, 600 então.
Policial: Ok, dá aqui.
Na hora da gente entrar, porém, o fiscal apareceu.
Sem se abalar, o policial foi conversar com ele.
Mas era muito na cara, não dava.
Ele falou pra gente esperar, dar uma disfarçada.
E continuamos lá, conversando e tomando uma cerveja.
Como afinal tínhamos planejado.
O policial foi comer um sanduíche com os outros policiais.
E depois ainda veio reclamar com a gente:
- Vocês estão muito perto, fiquem um pouco mais longe.
Ninguém melhor que o caçador pra ensinar a caça a não ser pega!
Apesar de que nesse caso o caçador chegou na caça e falou:

- Você quer fugir?
Aí de repente abriu um portão do nosso lado.
E a última frase do policial foi:

- Entra e anda rápido, senão vão ver vocês!
Mas peraí, quem vai ver?
A polícia?
Aí quando vem um adversário por trás pra roubar a bola...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Matemática Moçambicana

- Chefe, quanto é a cerveja pequena?
- 40 meticais.
- E a grande?
- 35.

Fiquei sem argumentos.

* Como está escrito no título do blog, ele será atualizados todas as quartas e domingos A MENOS QUE O VIZINHO NÃO ENTRE NA INTERNET! Numa tentativa de me desacreditar perante vocês ele ficou 2 dias sem ligar "nosso" wireless, então...

E um agradecimento à todos aqueles que entraram no blog, especialmente àqueles que comentaram, já que já tenho informações de pessoas que entraram e NÃO comentaram... que feio!

domingo, 12 de abril de 2009

O futebol moçambicano: vivendo e aprendendo!

Fevereiro de 2008.
Tinha acabado de chegar em Moçambique.
Uma das primeiras coisas que fiz foi ir no bar assistir um jogo.
Pra minha sorte, era ano de Copa da África.
O jogo: Gana x Camarões.
Nada a ver com Moçambique.
Mas o bar estava lotado.
De repente, placar de 0 x 0, ataque perigoso pra Gana.
A bola quase entra, e a galera do bar grita, comemora, se abraça.
Estão torcendo pra Gana, pensei eu.
Na sequência, ataque pros Camarões.
Na sequência mesmo, no contra-ataque!
Jogada bonita, gol dos Camarões.
Tristeza no bar?
Nada.
A mesma galera grita, comemora e se abraça.
Na verdade não importa quem fez o gol.
O que importa é que foi gol.
E gol africano!

Abril de 2009.
Acabo de retornar à Moçambique.
Uma das primeiras coisas que fiz foi ir jogar bola sábado de manhã.
E “jogar bola” é “jogar bola” em qualquer lugar.
Dividir os times, reclamar de falta, bagunça pra entrar o próximo.
“Ipsis lipsis”.
Tudo bem que o campo que eu jogo é, por assim dizer, mais “natural”.
A bola sai quando entra no capim.
Tá na areia, tá dentro.
Mas se bater na árvore segue o jogo.
Enfim...
Mas não é esse o mais divertido.
Estava eu na defesa.

Um cara do meu time com a bola dominada no meio-campo.
Vem um adversário por trás pra roubar a bola dele.
Meu companheiro de zaga grita: polícia!
Na hora olhei pra fora do campo.
Mas não vi nada.
Vai entender.
Na jogada seguinte, mesma coisa.
O adversário veio por trás pra roubar a bola, e novo grito: polícia!
Aí eu entendi.
Aqui, você não avisa “ladrão”.
Você avisa “polícia”.
Agora cada um que tire suas próprias conclusões.
E eu confesso que já tirei a minha.