Talvez
seja a polarização política do Brasil hoje.
Em
que ou se é uma coisa, ou outra.
Sem
meio termo.
Talvez
seja o Facebook.
E
sua capacidade incrível de gerar opiniões.
Instantâneas.
Contundentes.
Foi
a primeira Copa do Facebook.
Ok,
em 2010 ele já existia.
Mas
não era essa febre.
Ele
foi o veículo da Copa.
Mais
até do que a TV.
Que
em muitas vezes foi esquecida.
Mesmo
durante os jogos.
Pra
ver o que o Facebook dizia.
E
geralmente dizia os extremos.
É
o melhor não sei o que de todos os tempos.
É
o pior não sei que lá da história.
Eu
sei que futebol é paixão.
Que,
ao torcer, não se reflete muito.
É
hora de gritar.
De
xingar.
Amar,
odiar.
Mas
a Copa acabou.
E
algumas ponderações se fazem necessárias.
Principalmente
sobre os exageros.
Sobre
os heróis e bandidos.
Os
extremos da Copa.
A
Alemanha foi campeã.
Parabéns.
Anos
de treino.
De
entrosamento.
Um
belo trabalho.
Da
seleção alemã.
Não
confundir com o país.
Nada
contra a Alemanha.
Mas
se ganhar Copa fosse exemplo de sociedade saudável.
O
Brasil não era penta.
O
futebol alemão anda muito bem das pernas.
E
a economia também.
É
o que dizem pelo menos.
Mas
sua política internacional não é bem um exemplo.
Os
países da Zona do Euro que o digam.
Sem
falar das farmacêuticas na Amazônia.
Então
muito cuidado.
Temos
muito o que aprender com eles, sim.
E
muito o que criticar.
Não foi o governo, ou o povo alemão, que ganhou.
Foi a seleção.
Com todos os méritos.
A
seleção brasileira também foi ruim.
Mas
não é a pior da história.
Ganhou
alguns jogos.
Uns
mais fáceis, uns mais difíceis.
Chegou
até a semi-final.
Depois
foi um desastre, verdade.
Mas
já fez campanhas piores.
Tinha
bons jogadores.
Alguns
muito bons, como o Neymar.
Outros
nem tanto, como o Bernard.
Mas,
no geral, eram bons.
Nada mais do que isso.
Perderam.
Como
acontece com 31 times por Copa.
Em
casa.
Como
aconteceu com a Alemanha em 2006.
Isso,
a grande Alemanha.
Responsável
pelo único verdadeiro extremo da Copa.
Os
7 x 1.
Pior
derrota da seleção brasileira na história.
Pior
exibição.
Pior
jogo.
Não
pior Copa.
Nem
tudo é extremo.
O
Zuñiga, por exemplo.
Não
é um santo.
Nem
a personificação de Satã.
Entrou
duro na jogada.
Possivelmente
na maldade.
E
tirou o Neymar da Copa.
Não é o maior mau-caráter da face da terra.
Não
foi o primeiro lance assim no futebol.
Nem
o último.
E
nunca ninguém foi preso por isso.
Como
muitos gostariam.
Mas
foi no Neymar.
Por
isso a proporção de tudo.
Criada
por nós mesmos.
E
pelo talento inegável dele.
O
Zuñiga errou.
Mas
não merece ser banido do esporte.
Nem
um abraço fraternal do Neymar.
Sejamos
justos.
Outro
foi o Suárez.
Tido
como um animal.
Um
sociopata descontrolado.
FIFA
nele!
A
pior cena de todas as Copas.
Calma.
Realmente,
foi estranho.
Não
é um comportamento normal.
O
juiz não viu?
Tira
ele de um, ou dois jogos.
Não
precisa transformá-lo num assassino.
Nem
no herói nacional que virou no Uruguai.
Não
somos os únicos a exagerar.
A
Copa foi dos extremos em todos os sentidos.
Inclusive
sobre ela mesma.
A
Copa das Copas.
A
melhor de todos os tempos.
Na
organização e na bola.
Menos.
O
governo negava.
Mas
temia-se um desastre na organização.
Não
foi.
Funcionou
bem.
Não
perfeitamente.
Afinal,
nada é extremo.
Mas
deu certo.
A
mesma coisa no futebol.
No
começo empolgou.
Muitos
gols, vibração, alegria.
Bons
jogos.
Mas
ficou na primeira fase.
Depois,
faltaram gols.
Sobraram
empates.
Foi
muito 0 x 0, 1 x 0, 1 x 1.
Muita
disputa de pênaltis.
Que
é legal.
Mas
não todo jogo.
Fazendo um balanço.
Não
foi a melhor Copa de todas.
Muito
menos a pior.
Se
é que existe essas coisas.
Mas
a Copa foi ótima.
Como,
alias, são todas.
Com
uma diferença.
A
expectativa dessa era enorme.
Principalmente
aqui no Brasil.
E
talvez por isso tanta empolgação.
Tanto
exagero.
Tanta
paixão.
Talvez
por isso tenha sido a Copa dos Extremos.