Há quem diga que a
história é cíclica.
Há quem diga que é um
processo contínuo.
Em ambos os casos,
reconhece-se a existência de períodos.
Períodos que começam,
chegam ao seu auge, e terminam.
Começam, pois o
período anterior não funciona mais.
Ou não agrada mais.
Geralmente ambos.
E terminam pelo mesmo
motivo.
De tempos em tempos, a
mudança é necessária.
É sempre melhor para
uns, pior para outros.
Mas é necessária.
Saudável, eu diria.
A grande questão é
como mudar.
Transição ou ruptura.
No Brasil, hoje, fala-se
muito em ruptura.
Em todos os discursos.
Nos discursos
anti-governo, ruptura total com o PT.
Com seus programas e
diretrizes.
Chega-se, até, a pedir
a volta da ditadura.
Nos discursos
anti-capitalismo, ruptura total com o sistema.
Nada de Estados Unidos,
de mercado e de finanças.
Romper, de uma hora
pra outra, com essa trama antiqüíssima.
A ruptura é tentadora.
Ainda mais quando a
insatisfação com a ordem atual é extrema.
A idéia de mudar tudo,
começar do zero, parece a melhor.
Se livrar dos vícios.
Colocar em prática
tudo que consideramos certo.
Derrubar, enfim, tudo
que foi construído ao longo do tempo.
E que dá base para o
mundo em que vivemos.
Pra bem ou pra mal.
A maior dificuldade,
porém, é sustentar a mudança.
Permitam-me uma frase
senso comum.
Mas é mais fácil
destruir do que construir.
O que fazer depois da
demolição?
Como sustentar esse
projeto de mudança por longo tempo?
E por isso sou
defensor da transição.
Fazer uma transição
não é, para mim, se render à ordem vigente.
É contrariá-la.
É reafirmar que ela
não é mais possível.
É construir uma nova
ordem a partir dela.
Afinal, a crítica à
ordem vigente nasce dela mesma.
Mais do que isso, a
transição fornece tempo.
Tempo para pensar a
mudança.
Tempo para se adaptar à
mudança.
Tempo para comunicar
aos outros a mudança.
Tempo para vivenciar a
mudança.
E ver se ela é
realmente mudança.
Ou se precisa de um
novo contorno.
Sempre fui um
especialista em rupturas.
Todas tiveram
conseqüências intensas.
Novamente, pra bem ou
pra mal.
Algumas vezes, porém, fiz
transições.
E as consequências
foram sempre mais saudáveis.
Não necessariamente no
resultado final.
No que consegui ou
deixei de conseguir.
Mas nas respostas que
dei a mim mesmo durante o processo.
E na forma como
encarei o resultado.
Mudar é necessário.
Tempo para mudar, mais ainda.
2 comentários:
Guiça, obrigada por compartilhar as suas impressões sobre o momento. O momento tá realmente intenso mesmo, pelomenos para mim.... Tem muita gente que começou a implementar a mudança antes.... Lá pelo ano de 2012, lembra? Quando todo mundo falou que os maias tinham dito que o mundo ia acabar....
Cara, hoje mais do que nunca eu sei que existem pessoas vibrando na mesma freqüência que eu, que vc, que pessoas inquietas com a sociedade doente em que vivemos.
Tudo tem que ser feito com calma, pois para que possamos atingir o macro é preciso primeiro atingir o micro, ou seja, nós mesmos. Por isso também acredito na transição, companheiro. Avante! Parabéns pela sua evolução pessoal que eu acompanho de longe, viu? E parabéns pelo seu namoro com a Frô linda pq ela é uma linda iluminada que me ensinou muita coisa através da sensibilidade dela e os conhecimentos de espiritualidade que ela me passou! Beijos pro casal!
Oi Lindo! Gosto tanto quando você se expressa em palavras e compartilha no submundo da internet. Sinceramente eu gosto da transição desde que ela gere um amadurecimento. A ruptura muitas vezes é necessária. Principalmente quando há certo mal estar. É legal parar pra refletir as rupturas, pois elas, assim como a transição, nos faz amadurecer. Quero agradecer quem fez o comentário acima, acho que foi a Patrícia, e dizer que também estou muito feliz com nosso namoro e espero que as transições só façam com que nosso amor fique ainda maior e mais maduro. Obrigada por existir. Amo você!
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