sexta-feira, 28 de março de 2014

Transição ou Ruptura?



Há quem diga que a história é cíclica.
Há quem diga que é um processo contínuo.
Em ambos os casos, reconhece-se a existência de períodos.
Períodos que começam, chegam ao seu auge, e terminam.
Começam, pois o período anterior não funciona mais.
Ou não agrada mais.
Geralmente ambos.
E terminam pelo mesmo motivo.
De tempos em tempos, a mudança é necessária.
É sempre melhor para uns, pior para outros.
Mas é necessária.
Saudável, eu diria.
A grande questão é como mudar.
Transição ou ruptura.
No Brasil, hoje, fala-se muito em ruptura.
Em todos os discursos.
Nos discursos anti-governo, ruptura total com o PT.
Com seus programas e diretrizes.
Chega-se, até, a pedir a volta da ditadura.
Nos discursos anti-capitalismo, ruptura total com o sistema.
Nada de Estados Unidos, de mercado e de finanças.
Romper, de uma hora pra outra, com essa trama antiqüíssima.
A ruptura é tentadora.
Ainda mais quando a insatisfação com a ordem atual é extrema.
A idéia de mudar tudo, começar do zero, parece a melhor.
Se livrar dos vícios.
Colocar em prática tudo que consideramos certo.
Derrubar, enfim, tudo que foi construído ao longo do tempo.
E que dá base para o mundo em que vivemos.
Pra bem ou pra mal.
A maior dificuldade, porém, é sustentar a mudança.
Permitam-me uma frase senso comum.
Mas é mais fácil destruir do que construir.
O que fazer depois da demolição?
Como sustentar esse projeto de mudança por longo tempo?
E por isso sou defensor da transição.
Fazer uma transição não é, para mim, se render à ordem vigente.
É contrariá-la.
É reafirmar que ela não é mais possível.
É construir uma nova ordem a partir dela.
Afinal, a crítica à ordem vigente nasce dela mesma.
Mais do que isso, a transição fornece tempo.
Tempo para pensar a mudança.
Tempo para se adaptar à mudança.
Tempo para comunicar aos outros a mudança.
Tempo para vivenciar a mudança.
E ver se ela é realmente mudança.
Ou se precisa de um novo contorno.
Sempre fui um especialista em rupturas.
Todas tiveram conseqüências intensas.
Novamente, pra bem ou pra mal.
Algumas vezes, porém, fiz transições.
E as consequências foram sempre mais saudáveis.
Não necessariamente no resultado final.
No que consegui ou deixei de conseguir.
Mas nas respostas que dei a mim mesmo durante o processo.
E na forma como encarei o resultado.
Mudar é necessário.
Tempo para mudar, mais ainda.

2 comentários:

Unknown disse...

Guiça, obrigada por compartilhar as suas impressões sobre o momento. O momento tá realmente intenso mesmo, pelomenos para mim.... Tem muita gente que começou a implementar a mudança antes.... Lá pelo ano de 2012, lembra? Quando todo mundo falou que os maias tinham dito que o mundo ia acabar....
Cara, hoje mais do que nunca eu sei que existem pessoas vibrando na mesma freqüência que eu, que vc, que pessoas inquietas com a sociedade doente em que vivemos.
Tudo tem que ser feito com calma, pois para que possamos atingir o macro é preciso primeiro atingir o micro, ou seja, nós mesmos. Por isso também acredito na transição, companheiro. Avante! Parabéns pela sua evolução pessoal que eu acompanho de longe, viu? E parabéns pelo seu namoro com a Frô linda pq ela é uma linda iluminada que me ensinou muita coisa através da sensibilidade dela e os conhecimentos de espiritualidade que ela me passou! Beijos pro casal!

Lika FRÔ disse...

Oi Lindo! Gosto tanto quando você se expressa em palavras e compartilha no submundo da internet. Sinceramente eu gosto da transição desde que ela gere um amadurecimento. A ruptura muitas vezes é necessária. Principalmente quando há certo mal estar. É legal parar pra refletir as rupturas, pois elas, assim como a transição, nos faz amadurecer. Quero agradecer quem fez o comentário acima, acho que foi a Patrícia, e dizer que também estou muito feliz com nosso namoro e espero que as transições só façam com que nosso amor fique ainda maior e mais maduro. Obrigada por existir. Amo você!