Tenho um pé atrás com textos
de internet.
Principalmente as notícias.
Infelizmente, notícia
virou sinônimo de fato.
Como se fato
existisse.
Como se não fosse uma
interpretação da realidade.
Um discurso.
E discursos não são
imparciais.
São feitos por alguém.
Pode ser uma pessoa.
Pode ser uma
instituição.
Que, a propósito, é
composta por pessoas.
Com opiniões próprias.
E tendências a uma ou
outra visão de mundo.
Não falo isso apenas
das grandes mídias.
A Globo, a Folha, a
Veja.
Vale também pra mídia
independente.
O discurso geralmente é
outro.
E geralmente me atrai
muito mais.
Mas são,
fundamentalmente, discursos.
E isso às vezes
confunde.
Pelo menos a mim.
A Ucrânia, por
exemplo.
Li algumas coisas
sobre o que está acontecendo lá.
E a maioria delas, faz
sentido.
Com algumas eu
simpatizo, com outras nem tanto.
Mas, dentro de sua
lógica de pensamento, são coerentes.
Apesar de desmentirem
umas às outras.
E aí mora o problema.
Nunca saberei o que
realmente acontece lá.
Porque não estou lá.
Tudo que sei sobre o
assunto, é por intermediação.
Alguém viu de perto.
Alguém estudou.
Alguém escreveu.
Alguém direcionou.
Alguém opinou.
E eu apenas recebi.
Não fiz nada além de
receber a informação.
E a partir dela, criei
a minha própria opinião.
Parcial e tendenciosa.
Se bem que no caso da
Ucrânia não consegui montar uma.
Mas isso não vem ao
caso.
O importante aqui é
saber que são todos discursos.
E nem por isso deixam
de ser verdade.
Verdade pra quem
escreveu.
Verdade pra quem
entendeu.
Por isso tenho um pé atrás
com textos de internet.
Cada um que cultive
suas verdades.
Sem perder de vista
que são apenas discursos.
E não verdades
absolutas.
2 comentários:
Acredito que isso vale também para reportagens filmada, ou não?
Eyder Junior
Claro, reportagens filmadas, documentários, trabalhos acadêmicos e afins!
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