sexta-feira, 7 de março de 2014

Navegando em águas turvas


Tenho um pé atrás com textos de internet.
Principalmente as notícias.
Infelizmente, notícia virou sinônimo de fato.
Como se fato existisse.
Como se não fosse uma interpretação da realidade.
Um discurso.
E discursos não são imparciais.
São feitos por alguém.
Pode ser uma pessoa.
Pode ser uma instituição.
Que, a propósito, é composta por pessoas.
Com opiniões próprias.
E tendências a uma ou outra visão de mundo.
Não falo isso apenas das grandes mídias.
A Globo, a Folha, a Veja.
Vale também pra mídia independente.
O discurso geralmente é outro.
E geralmente me atrai muito mais.
Mas são, fundamentalmente, discursos.
E isso às vezes confunde.
Pelo menos a mim.
A Ucrânia, por exemplo.
Li algumas coisas sobre o que está acontecendo lá.
E a maioria delas, faz sentido.
Com algumas eu simpatizo, com outras nem tanto.
Mas, dentro de sua lógica de pensamento, são coerentes.
Apesar de desmentirem umas às outras.
E aí mora o problema.
Nunca saberei o que realmente acontece lá.
Porque não estou lá.
Tudo que sei sobre o assunto, é por intermediação.
Alguém viu de perto.
Alguém estudou.
Alguém escreveu.
Alguém direcionou.
Alguém opinou.
E eu apenas recebi.
Não fiz nada além de receber a informação.
E a partir dela, criei a minha própria opinião.
Parcial e tendenciosa.
Se bem que no caso da Ucrânia não consegui montar uma.
Mas isso não vem ao caso.
O importante aqui é saber que são todos discursos.
E nem por isso deixam de ser verdade.
Verdade pra quem escreveu.
Verdade pra quem entendeu.
Por isso tenho um pé atrás com textos de internet.
Cada um que cultive suas verdades.
Sem perder de vista que são apenas discursos.
E não verdades absolutas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Acredito que isso vale também para reportagens filmada, ou não?

Eyder Junior

Antonio Guiça disse...

Claro, reportagens filmadas, documentários, trabalhos acadêmicos e afins!