Ser
pássaro.
Ser
árvore.
Bater
asas.
Fincar
raízes.
Conhecer
o mundo.
Conhecer
a vizinhança a fundo.
É
o dilema de quem tem herança migrante.
Avós.
Paternos
e maternos.
Pai.
Mãe.
Todos
migraram para nunca mais voltar.
Uns
mudaram de continente.
Alguns
de Estado.
Outros
apenas de cidade.
Eu
já migrei também.
Migrei
pra outro continente.
1
ano e meio.
E
cá estou por mais 2 meses.
Mas
não são só asas.
Voando
criei raízes.
Em
duas cidades.
O
pássaro e a árvore se completam.
Todo
vôo precisa de pouso.
E
não há melhor pouso que uma árvore.
Enraizada
no chão.
Mas
que também precisa voar.
Também
precisa levar suas sementes pra longe.
Sozinha
não conseguiria.
Por
isso existem os pássaros.
Não
há árvore sem pássaro.
Não
há pássaro sem árvore.
Asas
para voar.
Raízes
para sustentar.
Um
movimento para o céu.
Outro
para o chão.
Forças
opostas.
E
complementares.
Equilibrar
as forças.
Eis
o desafio.
Nenhuma
pode vencer.
Precisam
sempre estar em confronto.
Do
contrário, não há criação do novo.
Entre
asas e raízes, cria-se a vida.
As
escolhas são sempre momentâneas.
Tempos
de asas.
Tempos
de raízes.
Mas
a vida é totalidade.
E
na totalidade, asas e raízes coexistem.
Ainda
bem.
3 comentários:
Que belo e poético o seu texto, Guiça. É por isso que insisto que escreva sempre, e que compartilhe com o mundo.
Aproveite a companhia de si mesmo, que é uma excelente companhia, (acredite nisso, pois sabemos), e continue produzindo textos como este!
Beijos enormes! Ju
Belo texto antony, bem taoísta.
Que ótimo pedaço de escrito, Antonio! Parabéns!
Outra coisa, você escreve de forma dialética... não é brincadeira, não... rs
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