A
discussão é longa.
Os
argumentos intermináveis.
É
o tipo da discussão em que não há consenso.
Alguns
defendem a USP gratuita.
Geralmente
alunos e ex-alunos.
E
os que não têm condições de pagar uma faculdade.
Outros
defendem a USP paga.
Raramente
são alunos de lá.
E
geralmente têm condições de pagar.
Ainda
que existam pessoas curiosas.
Que
não podem pagar, mas defendem que seja pago.
Vai
entender.
Mas
não fiquemos apenas no “pagar ou não pagar”.
Existem
outros pontos interessantes a discutir.
Um
deles é o porquê dessa discussão.
Que
sempre existiu.
Mas
ressurgiu com tudo nos últimos meses.
Será
que tem a ver com a Copa?
Atualmente
tudo tem.
Será
que tem a ver com as eleições?
Tenho
quase certeza que sim.
Mas
veio à tona com uma crise.
A
crise financeira da USP.
Dizem
que está quebrada.
Que
o Estado não pode mais financiá-la.
O
governo estadual, pra ser mais exato.
Aquele
mesmo que nomeia o reitor.
Há
muito tempo é o PSDB.
Aquele,
das privatizações.
Curioso,
não?
De
qualquer maneira, chovem números.
Salários,
gastos, porcentagens.
A
USP gasta mais do que ganha.
Gastar,
aliás, não foi problema na última gestão.
Ninguém
tinha do que reclamar.
E
não reclamou mesmo.
E
esse foi o problema.
Ninguém
reclama de barriga cheia.
Mas
uma hora a comida acaba.
E quando
se compra muito caviar.
Não
sobra pro arroz com feijão.
Então,
não é de se espantar que haja uma crise financeira.
E
que se ventile a cobrança de mensalidades.
Questão
levantada pela Folha de S. Paulo essa semana.
Mais
uma curiosidade.
A
USP foi fundada na década de 1930.
Um
dos seus fundadores foi Júlio de Mesquita Filho.
Ligado
ao Estado de S. Paulo.
A
conexão é livre.
A
fundação da USP tinha alguns objetivos.
Combater
o Estado centralizado de Vargas.
Criando
uma elite intelectual para tal.
Combater
o Estado.
Criar
uma elite.
Cobrar
mensalidades.
A
conexão também é livre.
Mas
dessa vez já dei uma direcionada.
A
justificativa pra cobrança já apareceu.
Na
Folha de S. Paulo.
Quem
estuda na USP tem dinheiro pra pagar.
Verdade
em parte.
Realmente,
há muita gente que pode.
E
o buraco, aí, é bem mais embaixo.
Pode
pagar, geralmente, pois fez escola particular.
Cursinho
particular.
E
pôde pagar por eles.
Ainda
que tenha bastante gente que fez escola pública.
Principalmente
na FFLCH.
A
solução, assim, é questionável.
Parece
que a escola particular facilita mesmo o acesso à USP.
A
solução seria, então, cobrar mensalidades?
Elitizar
mais do que já é?
Não
era melhor aprimorar a escola pública?
Democratizar
mais o acesso?
Tornar
a USP mais pública do que já é?
Eu
sei que é uma quimera.
Que
o assunto é antigo.
Mas
é bom reforçar.
Antes
que cobrem mensalidades também nas escolas públicas.
Só
uma coisa.
Não
pensem que o imposto diminuiu com a cobrança.
As
pessoas pagam plano de saúde.
E
pagam imposto.
Sobre
o plano de saúde e sobre o SUS.
O
transporte rodoviário é assegurado por empresas.
Que
cobram caro.
E
muitos preferem comprar carro.
E
pagam imposto.
Sobre
o ônibus e sobre o carro.
Com
a USP será a mesma coisa.
Serão
cobradas mensalidades.
E imposto
também.
Até
onde sei.
Não
defendo um Estado totalitário.
Nem
acho que o Estado funciona como deveria.
Longe
disso.
Mas
acredito no setor público.
Na
sua acessibilidade.
E
na sua obrigação de dar contrapartidas à população.
Por
menores que sejam.
Coisa
que o setor privado não tem.
E
que a USP deixaria de ter se fosse privatizada.
A
cobrança de mensalidades é um passo.
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