Tudo
que vai, volta. Toda ação tem uma reação. Tudo que você faz, cedo ou tarde terá
uma consequência. Você tem responsabilidade por tudo que acontece com você.
Essas
expressões, ditados, e até fórmulas científicas, servem para explicar um pouco
a crise pela qual vem passando o mundo ocidental hoje em dia.
Durante
séculos, ingleses, franceses, espanhóis e portugueses mantiveram sua exploração
colonial nos continentes africano, asiático e americano, da mesma forma que há
muito tempo os Estados Unidos intervêm no destino do Oriente Médio e da América
Latina.
Atualmente,
não são poucos os indícios de que as prósperas civilizações europeias e
estadunidenses começam a ser questionadas e enfrentadas pelo resto do mundo.
Cidades
como, Londres, Paris, Madri e Lisboa, antes referências da cultura ocidental,
começam a contar com a maior parte da população oriunda das imigrações, onde “europeus
nativos” passam a ser minoria em relação aos africanos, árabes, indianos,
latino-americanos e chineses, num claro caminho de volta do movimento colonial.
Da
mesma maneira, os Estados Unidos são cada vez mais rígidos em seu setor de
imigração, erguendo muros nas fronteiras e dificultando vistos para os
latino-americanos, que não podem circular livremente no país como os produtos e
capitais estadunidenses circulam por todo o continente.
As
sucessivas invasões ianques no Irã, Iraque, Líbia, Síria, Afeganistão, a
destruição da Palestina e as alianças com a Arábia Saudita, servem para
explicar um pouco a paranóia anti-islâmica no seu próprio território, bem como a
efervescência política recente chamada de Primavera Árabe.
Brasileiros,
russos, chineses, indianos, sul-africanos, argentinos, venezuelanos, e tantos
outros, começam a se desprender das receitas de sucesso ocidental, e buscam
alternativas, ainda novas e questionáveis, mas que pelo menos tentam mudar a
ordem das coisas no planeta.
O
exemplo de civilização que europeus e estadunidenses achavam dar ao mundo “bárbaro
e selvagem” começa a ruir, a riqueza construída finalmente é entendida como um
produto violento da exploração, e depois de longos anos as consequências vão
sendo sentidas pelo mundo ocidental.
É
importante dizer que ao falar de Estados Unidos e Europa não falamos de
situações homogêneas, as desigualdades internas são enormes, e existem
explorados mesmo nos exemplos mais prósperos de ambos.
De
qualquer maneira, a nova ordem mundial que parece se desenhar não é bem uma
ruptura histórica.
Ela
é, mais do que tudo, uma continuação indesejada de tudo que vem acontecendo há
alguns séculos.
A
culpa, ao contrário do que dizem, não é dos outros.
É
apenas o reflexo das colonizações.
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