O clima estava
estranho.
Todos estavam meio
resignados.
Já perdemos, muitos
diziam.
Tentei ser confiante.
Analisar
positivamente.
Apostar em alguns
jogadores.
Cheguei a acreditar no
que dizia.
Mas o clima seguia
pesado.
Não era a mesma festa
de antes.
O primeiro gol parecia
esperado.
Mas mantive as
esperanças.
Falhamos, acontece.
O segundo foi a ducha
de água fria.
Aos poucos ainda
quentes.
Como eu.
E de repente já estava
cinco.
Não deu pra ficar
triste.
Não deu pra ter raiva.
Não deu pra entender.
Fiquei meio atordoado.
Juro que pensava na
virada.
No quão espetacular
seria.
No intervalo, caí na
real.
Comecei a rir do que
acontecia.
Fazer piadas.
Não era de nervoso,
não.
Ria pois entendia
melhor.
Entendia que já tinha
ido.
Que, afinal, era
apenas um jogo.
Envergonhava um pouco,
verdade.
Mas não era o fim dos
tempos.
Gosto muito de Copa.
Gosto muito de
futebol.
Não apenas como
diversão.
Levo mesmo a sério.
Mas não acho que foi
um castigo ao povo brasileiro.
Nem que a derrota em
campo reflete nossa sociedade.
Foi, sim, uma boa
lição.
Uma lição de como não
gerir um projeto.
De como não lidar com
as expectativas.
De como não planejar.
Diferente da Alemanha.
Que monta seu time há pelo
menos oito anos.
Que jogou em 2010
pensando em 2014.
Indo, aliás, muito bem
nas duas.
Sempre fui péssimo
planejador.
Cumpro muito pouco com
o que planejo.
E acabo fazendo as
coisas na correria.
Mas tenho que admitir
uma coisa.
As poucas coisas que
faço com calma, paciência.
As coisas que mastigo
por um tempo, reflito.
Me deixam mais
satisfeito ao final.
Sendo assim, deveria
torcer pra Alemanha.
Não pela babaquice do
“planejamento versus jeitinho”.
Mas pela persistência.
E pela realização de
um projeto.
Sinto informar, porém,
que não será assim.
A Copa foi sensacional
por um motivo.
Pela força dos
latino-americanos.
Pelo bom futebol
colombiano.
Pela raça uruguaia.
Pela tática chilena.
Pelo fenômeno Costa
Rica.
Pela eficiência do
Messi.
O campeão tem que vir
daqui.
Mas não é só isso.
É hora dos europeus
pararem de ganhar.
De serem os reis da
cocada preta.
De serem os eternos
exemplos a serem seguidos.
Já ganharam as últimas
duas.
É hora de voltarmos a
dar as cartas no futebol.
Mesmo que seja a
Argentina.
Conheço poucos
argentinos.
Mas gosto dos que
conheço.
E admiro a postura dos
argentinos.
De sempre acreditar e
incentivar.
De sempre peitar as
autoridades.
De sempre levar tudo
com emoção.
Por isso tudo, estou
com vocês, hermanos.
Mas, caso percam, me
perdoem.
Futebol é futebol.
E a piada é
inevitável.
O Facebook se
encarregará.
Se ganharem, ótimo.
Se perderem, melhor
ainda.
Só não me perguntem
sobre o jogo de sábado.
Vou assistir por
obrigação moral com o futebol.
Mas não há nada mais
sem graça que essa idéia estúpida.
Disputa de 3º e 4º.
Deprimente.
Pior que isso, só
tomar de 7.
Da Argentina.
Um comentário:
E meu avô ainda achava que o Brasil faria 8X7, isso sim é ser brasileiro e não desistir de acreditar nem nos 45 do 2º tempo hahaha... E eu vou ter que assistir a disputa deprimente do Brasil X Holanda porque você estará comigo hahaha, mas não é nenhum sacrifício :P
Postar um comentário